domingo, 14 de agosto de 2016

Crepúsculo metálico


Estas sombras de fumaça
Que me apertam o peito
Sufocam meu horizonte
E escurecem o meu sol

Enquanto escorre o metal
Reluzindo feito ouro
Sobe um crepúsculo negro
Poluindo a atmosfera;

Será que vale a pena?
Extrair o  mineiro,
Liberar o carbono,
e aquecer o planeta.

Assim caminha a humanidade
Respirando suas excretas
Fabricando o silício
Na base do sacrifício

Crucificando a natureza!


Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

Cabeça oca.


Minha estrela metalúrgica
Meu touro Adebaran
Abram portais celestes
Ligando o tudo ao nada

De cá da minha pouca visão
Um  ângulo oposto ao vértice
Um olho fechado na noite
Enxerga estrelas cadentes

Portas se abrem ao vento
O vácuo tomou o espaço
Paralelas formam horizontes
O concreto sustenta a moldura

Não existem limites imaginários
Pois as palavras fogem da boca
E um pensamento circula vazio
Dentro desta cabeça oca.


Autor: Gilberto Fernandes Teixeira