Hoje lhe vejo em ruínas
E os seus portais só me
levam ao passado
Seus quartos são valas
Suas salas são saudades
Suas paredes desmoronam-se
nas lembranças
O sol insiste em queimar
suas sombras
Lembro-me do lar que um
dia fostes
Dos diálogos proferidos
pelos homens
Você cai em pedaços
leprosos de tijolos
Todo seu corpo rui em
silencio
Os sonhos que dentro de
você brotaram
A muito já não mais lhe
visitam
Fostes uma casa tão bela
Talvez a mais bela entre
outras cem
Mais hoje em você não
habita ninguém
Nem mesmo o poeta que em você nasceu.
Autor: Gilberto Fernandes
Teixeira