segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Ruínas


Hoje lhe vejo em ruínas
E os seus portais só me levam ao passado
Seus quartos são valas
Suas salas são saudades

Suas paredes desmoronam-se nas lembranças
O sol insiste em queimar suas sombras
Lembro-me do lar que um dia fostes
Dos diálogos proferidos pelos homens

Você cai em pedaços leprosos de tijolos
Todo seu corpo rui em silencio
Os sonhos que dentro de você brotaram
A muito já não mais lhe visitam

Fostes uma casa tão bela
Talvez a mais bela entre outras cem
Mais hoje em você não habita ninguém
Nem mesmo o poeta que em você nasceu.


Autor: Gilberto Fernandes Teixeira