segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O relógio


“Nada além de escutar pancada por pancada”
De uma alma louca e desvairada
Dentro do cérebro há um relógio badalando
São as horas marcantes e passadas.

Como a me perguntar
O que faço do tempo?
O que faço da vida?
E eu respondo que não faço nada!

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

sábado, 27 de agosto de 2011

Debaixo da ponte.


Debaixo da ponte mora alguém,
Que não sente calor e nem frio.
É como as águas do rio,
Do rio debaixo da ponte.

Debaixo da ponte há novo um horizonte.
A lua reflete na água;
A ponte reflete na lua,
Na lua debaixo da ponte.

Debaixo da ponte mora alguém.
Que não sente seu tempo passar,
É feito às águas do rio,
Que correm sempre para o mar.

Debaixo da ponte há sombras,
Há sombras para a gente descansar.
Por cima da ponte há rua,
Há rua para a gente passar.

Debaixo da ponte há esperança,
Há esperança de um dia tudo mudar.
Debaixo da ponte por um dia,
Por apenas um dia eu vou morar...

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Simplemente azul


Meus olhos se perderam neste imenso azul.
Azul do mar,
Azul dos céus,
Meus olhos se encantaram com suas pétalas

Quisera neste momento também ser flor,
E estar ai do seu lado
Colorindo...
Fazendo parte deste lindo cartão postal.

Não há palavras para esta magia
É um efeito singular do amor
Deixo o silêncio falar por nos dois
Quero apenas ouvir o pulsar dos corações.

Quero apaixonar os colibris
Sentir o vento suave das suas asas
E por um momento
Fazer o mundo sorrir de felicidades.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Eu e ela


Eu sou de libra,
Ela de escorpião.
Eu sou da paz,
Ela da paixão.

Eu sou assim,
Ela é também.
Eu a chamo de amor!
Ela de meu bem!

Eu sou apaixonado,
Ela enamorada.
Eu sempre a beijo,
Ela sempre me deseja.

Eu não vivo sem ela,
Ela morre por mim.
Porque somente eu e ela,
Temos histórias sem fim.

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os vermes da monotonia.

Estes vermes moribundos
Que se arrastam sobre o mundo
Querem consumir nossas carnes
Querem consumir nossas horas.

Ai, Meu Deus!  
Ainda querem consumir nossas histórias
E assim vamos passando pela vida sempre em branco
No mais limpo dos esquecimentos.

Como brisa que não sopra
Como semente que não germina.
Esses vermes bem calados
Vão ditando as nossas sinas.

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

sábado, 20 de agosto de 2011

Noturno - Edições Ag


A noite cinza,
As janelas fechadas,
As portas trancadas,
As calçadas vazias,
Os passos apressados.

O sono chegando,
Os cachorros calados,
Os zumbis acordados,
Os grilos cantando.

chegando,
Este ar tão noturno,
Que não sopra e nem venta.

É a minha poesia,
Que meu sono atormenta.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Procura-se


Procura-se a musa,
Que dormiu com Carlos Drummond,
Que passou instantes com Cecília Meireles,
Que se atirou da torre junto com Ismália,
Que foi uma das pessoas do Fernando,
Que enterrou o coveiro de Augusto dos anjos,
Que estava na via láctea de Olavo Bilac,
Que viajou com o Manuel para Pasárgada,
Que inspirou o fanatismo de Florisbela
Que fez chover as águas de março de Tom Jobim
Que viajou com os lusíadas de Camões
Que se perdeu pelas ruelas dos corações,
Quem a encontrar, escrever imediatamente,
para @coraçãodopoeta, rua dos bobos,
número zero, que será automaticamente,
muito bem gratificado.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Anos luz


Surfando nas ondas da luz.
Minha refração é narcisista.
Meus efeitos são tênues.
Minha paralaxe te aproxima.

Na penumbra, vejo seu corpo.
A polarização queima meu diafragma.
Na caixa preta, guardo suas lembranças,
Mas a amplitude cega meus olhos.

Na freqüência, procuro meus tons.
Da aquarela, recolho meus prismas.
Há uma dualidade entre os amantes,
Estão há anos luz eqüidistantes...

Existe entre luzes e sombras
Uma radiação eletromagnética.
Chamada poesia.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ventos do coração



Uivam os ventos
No meu pensamento
Assoprando fantasmas
Balançado o passado
Revirando as memórias.

Uivam os ventos
Com forca descomunal
Fazendo vendaval
Afastando-se do mal
Soprando para o além.

Uivam os ventos
Que já foram calmarias
Que eram as brisas do dia
Que refrescavam o meu rosto
Que impulsionavam minha nau.

Uivam os ventos
Da grande tempestade
Do coração em tormentos
Do amor esquecido
Das saudades e do tempo.

Uivam os ventos
Da alma solitária
Do furacão que se aproxima
Da criança crescida
Do homem de agora.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lábios

Profanos blasfemadores de palavras,
Que já beijaram a face lívida de uma deusa.
E que agora trêmulos em meus tormentos
Solução a perda do momento.

Lábios molhados de lágrimas
Profanos idiotas
Sacerdotes de uma língua maldita
Que jogaram por terra uma ninfa.

Agora, terão seus castigos definidos,
Secarei a saliva que os sustentam
E mergulharei os seus sons em meu silêncio.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sábado, 13 de agosto de 2011

Pai.


Pai, você sempre será meu herói.
Hoje é mais, muito mais que um amigo.
Que a palavra que aprendi primeiro,
Você é o meu amor verdadeiro.
Pai, encho a boca ao pronunciar teu nome,
Pois me deste a minha vida inteira,
Pois me colocaste no verdadeiro caminho,
E ainda construíste a ponte da minha educação.
Não foste um pai omisso,
Sempre tiveste sincero compromisso,
Comigo, minha mãe e os meus irmãos,
Pai sinônimo do criador.
Pai, hoje, lhe vejo mais velhinho,
Porém não vou te deixar sozinho,
Vou te retribuir o carinho,
Vamos ficar juntinhos.
Agora, pai, você é que será o meu filho...
Nunca pense em um asilo,
Que seu filho, Pai!
Não vai dividir o couro de boi...

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Homenagem a Chico Mendes


Na Amazônia morava o Chico,
O Chico Mendes,
O Irapuru Brasileiro,
Que teve um sonho verde e morreu por ele.

Mas o espírito da floresta ainda canta,
Nos secos galhos do destino,
Matam-se um homem não as suas idéias.

Que floresçam os ipês!
E que as caçadas morram na espera,
De que um dia homem,
Preserve a si mesmo.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DEUS

Na caverna eu te pintei,
Do teu dedo me projetei,
Embora em partes te compreendo,
Em meu todo, tu me conheces.
Se do mais profundo abismo o invocar,
O vosso socorro terei,
Se de dentro de um peixe
Ou do fundo do mar,
Abandonado, nunca estarei.
Que amor maior sem explicação,
Amou o mundo com tal paixão.
Em Cristo viveste e até morreste
Para cumprir tal redenção.
Aprouve de todo nosso poema,
Do infinito teu coração
O maior de todos os cantochões,
Moves o universo com tuas mãos,
E ao meu pensamento na inspiração.
Então escreverei DEUS único e bendito,
Nas tábuas virgens dos céus vindouros,
Uma nova Jerusalém, cidade santa,
Com rios da vida e ruas de ouro.
E eu, homem, esse ser finito
De tua criação, a mais perfeita.
Cantarei teus hinos e salmos
Eternamente...
Apenas para o louvor da tua glória.
Amém...
Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fênix


Estou em uma mina
Recolhendo a minha alma
No mais profundo dos poços
Na lama da vida
Na pura depressão.

Não sei minha profundidade
Mas existe uma fronteira
Estou soterrado em mim mesmo.
Preciso de um socorro
De resgate urgente.

Estou meditando uma saída
Uma luz no fim do túnel
Já enviei meus gritos
Mas eles estão de volta
No silêncio.

Só há uma esperança
Que você me descubra
Nas entranhas da Terra
E mande uma fênix
S.O.S aguardo resgate.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Moinhos de vento


Na rua dos cata-ventos sem número
Existe um moinho
Ele não tritura cereais
Ele não puxa água do poço

Na rua dos cata-ventos
Existe um moinho
Ele era o alvo de Cervantes
Um dos seus gigantes.

Lá na rua dos cata-ventos
Existe um moinho parado
Ele espera pelos ventos
Ventos para Moscou.

Ventos tragados pelo
Capitalismo selvagem.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

domingo, 7 de agosto de 2011

Ronda Cibernética


De noite ou de dia, rondo a rede
A clicar e navegar
No meio de vários sites, e-mails
Você não está
Desligo o computador abatido
Desencantado da vida
Por te procurar.

Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse.
Esse alguém me diria:
- Desiste dessa navegação doentia.

Porém com perfeita paciência
Volto a me conectar
Então te encontro plugada
Nesta madrugada, num blog de amar

Então, te peço licença e vamos clicar
- Vc quer tc comigo?

                                      Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sábado, 6 de agosto de 2011

Rosa atômica


6 de agosto de 1945

Hoje é o dia da grande flor
Não é vermelha
Não é de amor
È de átomos e de horror.

Ela é tão perfeita
Que perfeição maior não há
Já se atingiram o estremo
O ponto critica do pensar.

Ela floresce na terra
Na água ou no ar
Ela é feita de plasma
E energia solar.

Cogumelo atômico
sobre
Hiroshima e Nagasaki
Por Paul Tibbets & Enola Gay

“Lembrem-se das mulheres”
“Rotas alteradas”
“Lembrem-se das crianças”
“Mudas telepáticas”

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Minha rosa azul


Vou cumprir sete desejos
Vencer o seu coração
Por você doce amada
Vou roubar a ilusão.

Além das lendas do rio
Dos jardins da imaginação
Existe uma flor perfeita
De tamanha adoração.

Sei que a cor pouco importa
Pois nosso amor é colorido
Mas minha rosa azul
É um pedaço do paraíso.

É uma das prova de fogo
Que o nosso amor exigiu
Não é uma rosa branca
É uma rosa de anil.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ideologias de ferro.


Tantos são os monstros
Tantas são as máscaras
Que os nossos heróis às vezes
Sucumbem...

Quem se achava invencível
Com amadura impenetrável
Feito do mais puro aço
Por dentro agora é só carne.

Há uma criança acordada
No imaginário do poeta
Ela trabalha em silêncio
Na rua dos cata-ventos.

Ela gira o pião e roda o mundo
Sua imaginação é infinita
Solta a pipa das palavras
Recolhe a linha dos amores.

Tantos são os nossos monstros
Tantas são as nossas máscaras
Mas quantos são os nossos heróis
Que nunca se dão por vencidos?

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sarcófagos


As pirâmides.
As areias
Ampulhetas
O tempo e o vento.

Nada além
De múmias
Em sarcófagos.

Nada além
Da pura vaidade.
Nada além das cidades
E dos cemitérios.

Nada além de homens
Nascendo e morrendo.

Em vão tentando
Preservar o conhecimento
Daquilo que é efêmero.

Autor: Gilberto Fernandes Teixeira

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Girassóis de Van Gogh


Quero uma casa amarela
Com um quarto amarelo
Uma janela amarela
Uma cama amarela.

Quero girassóis amarelos
Trigais amarelos
Pontes amarelas
Flores amarelas.

Quero uma folha branca
Uma tinta amarela
Um pincel amarelo
Quero uma aquarela amarela.

Um óculos amarelo
Uma luz amarela
Uma escada amarela
Quero tudo amarelo.

Ôpa! Quase me esqueço
Dá para tocar a folha branca acima
Por uma folha amarela.

Autor Gilberto Fernandes Teixeira

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Diamantes


Átomos de carbono
Pura alotropia
Facetas
Quilates.

Apenas uma pedra
Um cristal de fogo
Uma luz que queima
Ardência nos olhos.

Estado de amantes
Lapidação
Mulheres
Eternidade.

Diamantes de sangue
Pactos
Amores
Horrores.

O que não faríamos?
Por estas pedras!
De amantes.
                                                        
                                                     Autor: Gilberto  Fernandes Teixeira